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Atualizado: 28 de dez. de 2018

O ano novo japonês é bem diferente como a do ocidental que muitos comemoram com festas e fogos de artifícios.


Muitos dos itens que serão listadas aqui seguem a religião budista desde a antiguidade, mas que hoje em dia apenas seguem a tradição.


As tradições e objetos que simbolizam o ano novo japonês são comuns nos dias atuais, porém poucos sabem quando surgiu e motivos. Apenas é seguido a "tradição".

Esta celebração do ano novo atual surgiu há muito tempo, em torno do século IV com a entrada do budismo no Japão e era um ritual também para agradecer aos antepassados.

No entanto, as celebrações para os antepassados foram separadas por datas como o Obon e o Higanbashi, deixando o ano novo como uma celebração como uma preparação para dar boas-vindas ao deus.

A propósito, o 明けましておめでとうございます- akemashite omedetougozaimasu é uma palavra dita ao deus do ano, e hoje é uma palavra dita como um cumprimento de "feliz ano novo".


No dia primeiro do ano, como na maioria dos países, é feriado. As pessoas costumam sair para desejar feliz ano novo aos amigos e ir até o Tera (templo budista) ou Jinja (templos xintoístas) para ver a sorte e comprar amuletos. As famílias mais tradicionais se vestem com kimono, trage típico japonês.


Abaixo são a lista de principais tradições que "marcam" o ano novo japonês, começado com o:


Osōji - お掃除

É a faxina do ano novo.

Este ritual é muito comum de ser visto no Japão não somente entre os familiares, mas como também em escolas e trabalho.

Esta é uma tradição xintoísta inicialmente chamada de susuharai feito no dia 13/12 agradecendo pela bênção e purificando o jinja para o próximo ano.


O local deve ser limpo para ser purificado para a vinda do deus do ano e decorando a casa/local para a sua chegada.

Deve-se tomar o cuidado para limpar os cantos que normalmente não são limpos, janelas, balcões, guarda-roupas, lâmpadas, etc.

Após a limpeza, o local está pronto para as festividades para o final do ano regado de comida e bebidas.


Uma regra importante: os dias 1,2 e 3 de janeiro são as datas muito importante e deve ser respeitada, pois isso jamais deve ser feito nenhum tipo de faxina, pois o deus do ano ainda permanece na casa e seria uma falta de educação ser feito faxina. Também não deve haver brigas.


Kadomatsu - 門松

É uma decoração tradicional de ano novo com bambus, folhas de pinheiro e flor de ameixa que são postas na entrada ou nos cantos da casa como uma forma de indicar o caminho para o deus do ano.

O nome é formado por Kado (門) - portão; e Matsu (松) - pinheiro.

Os bambus são cortados nas proporções 7:5:3, onde são juntadas por laços que também têm significado na quantidade de voltas:

  • O bambu mais alto / 7 voltas: representa o homem

  • O bambu mais baixo / 3 voltas: representa a mulher

  • O bambu do meio / 5 voltas: representa o com relacionamento entre os dois

O significado destes três elementos veio da China.

  • Pinheiro: Por ser uma folhagem que permanece mesmo no inverno, ele representa a longevidade e vitalidade. Também acreditavam que eram morada dos deuses.

  • Bambu: Os bambus crescem em poucos anos e reto apontando para cima, representandoa vitalidade e prosperidade.

  • Ameixa: antigamente haviam várias árvores de ameixa, e era a primeira flor do ano que desabrochava, representando a sorte.

São enfeitadas a partir do dia 13/12 e pode ser posta até o dia 30/12 (exceto dia 29 que é considerada má sorte). Deve-se evitar de colocar na véspera do ano novo.

São retiradas normalmente no dia 15/01, porém existem pessoas que retiram no dia 07/01.

No final, o enfeite é queimado, chamando o ritual de makiage.


Kagami Mochi - 鏡餅

Também é um enfeite tradicional. É feito com Mochi (massa/bolinho de arroz) em formas circulares de dois tamanhos, maior e o menor que significa "ano após ano", que junto com os restantes dos enfeites transmite o desejo de prosperidade e boa sorte.

Kagami (鏡) em japonês significa espelho e antigamente tinham a forma circular e acreditavam que refletia a alma da pessoa. ´´É considerado um dos objetos divinos.


Normalmente é decorado com:

  • Daidai (橙) - Laranja azeda: é uma variedade asiática da Laranja-azeda. O nome daidai significa de "geração em geração" e esta fruta dura 2-3 anos no pé quando não é colhida.

Simboliza longevidade e prosperidade por gerações;

  • Shihoubeni (四方紅) - Papel abaixo do mochi: espantar o desastre e atrai prosperidade de um ano;

  • Urajiro (裏白) - Samambaia: prosperidade do casal e família e o verso da folha que é da cor branca, representa a inocência;

  • Kobei (御幣) - Papéis carmim e branco, dobrados - branco prosperidade e carmim amuleto;

  • Sanpō (三宝) - Altar: para quem não tem na casa, pode ser feito no prato.

Além destes, podem também ser enfeitados com:

  • Ōgi (扇) - Leque: Representa a extensão da sorte. Fica acima da laranja;

  • Kushigaki (串柿) - Espeto: Atrair a felicidade e riqueza;

  • Kombu (昆布) - Alga: trocadilho com a palavra "yorokobu" (Alegria), atrai a felicidade;

  • Ebi (海老) - Camarão: Representarividade da longevidade até "a coluna entortar";

  • Mizuhiki (水引) - Laços com linhas: A linha é feita com papel japonês washi e para cada cor e laços existe um significado. Utilizados em presentes ou envelopes para algum infortúnio (perda de parentes, por exemplo);

  • Yurizuha (譲葉) - Folhas do pé yurizuha: As folhas velhas caem quando as novas que saem, representando assim a linhagem de pais para filhos.

Os enfeites devem ser postos entre dia 26/12 a 28/12, sendo o mais comum dia 28.

É retirado após o kadomatsu, normalmente no dia 11/01.


Esta decoração simboliza uma oferenda para o deus do ano, porém após o dia 11/01 é comum partirem o mochi e comer com Oshiruko que é o caldo doce do azuki ou a sopa salgada Zōni .

Dizem que quem come o kagamimochi, recebe a força. Era muito comum os samurais comerem.

O mochi fica seco no tempo, então é vendidas embalados em papel filme.


Shime nawa / Shime kazari - しめ縄 / しめ飾り

São cordas trançadas feitas geralmente de palhas de arroz e cânhamo, porém a utilização das duas são diferentes.

Shime nawa

Indica um lugar sagrado e serve como uma barreira entre o mundo de deus e o mundo real, fazendo com que "coisas impuras" não adentrem para o sagrado.

Muito comum ver estas cordas em Jinja, templo xintoístas.


Shime kazari

É o shime nawa na forma de decoração. Este é decorado no ano novo com outros símbolos já mostrado anteriormente como o urajiro, yuzuriha e o daidai, mas nesta decoração existe o kamishide que são folhas brancas dobradas em zigue-zague que representa a presença de deus.


Estas cordas eram utilizadas antes somente em jinjas, mas com o passar dos tempos as pessoas começaram a enfeitar suas casas com o símbolo.

São decoradas de várias formas, mas o comum é na entrada ou junto com os kadomatsu.


A diferença das cordas comuns com os nawa, é que as cordas comuns são torcidas de direita para esquerda, mas as cordas "divinas" para a vinda do deus do ano é torcida de esquerda para direita


As datas de decoração são como a dos outros itens, desde o dia 13/12 até o dia 15/01 e quando retiradas são queimadas, como no exemplo do kadomatsu.


Osechi - 御節

É a refeição de ano novo apresentado em uma espécie de "caixa" para formar os Bentō (marmita).

Esta refeição se tornou tradição no período Heian (794-1185). Neste período era feito com bastante arroz e era uma tradição entre os nobres.

O tempo foi passando e modificando os costumes e hoje é um prato colorido com vários ingredientes como conservas, frutos do mar, bolos, etc.

Não há carnes, pois, seguem a tradição de não ingerir carnes de animais que utilizam 4 patas.

Também há uma outra tradição onde os primeiros dias do ano não pode ser utilizado facas, por isso, as comidas já são preparadas no tamanho de uma porção.



Nengajō - 年賀状

Como sabem, o Japão é um país moderno e ao mesmo tempo tradicionalista.

Bem, no ano novo é muito comum o envio de cartões postais por correios para felicitar o ano novo.

O correio japonês reconhece esta demanda e todo ano eles renovam os cartões com novas artes, com personagens de animes e mangás, animais que representará o novo ano e tem até aplicativo para quem deseja personalizar um cartão.

Otoshidama - お年玉

Esta tradição é a alegria das crianças! Otoshidama é uma “mesada” do ano onde as crianças recebem o dinheiro dos pais, tios, amigos da família, etc.


Apesar de ser chamado de “crianças”, dependendo da família o dinheiro é dado até para aqueles que estão na faculdade ou já trabalhando.

Os valores que são dados é por conta de cada um, mas para quem não sabe exatamente o valor adequado a dar, existe um “padrão” de acordo com a

escolaridade e são definidos por parentesco; se é próprio filho, do irmão ou de amigos.


Historicamente era dado mochi, mas na era Edo passou a dar dinheiro também e após o crescimento econômico, ficou somente a tradição do dinheiro.

Este ato era passado do chefe de família para os filhos ou pessoas de classe societária maior para o menor, como por exemplo, de patrão aos seus empregados, mas hoje ficou somete para crianças.


Joyanokane - 除夜の鐘

Por último, o joya no kane que é como se fosse a nossa queima de fogos.

Esta, diferentemente do resto, é um ritual budista onde se toca o sino no Tera, templo budista. São tocadas 108 vezes na noite da véspera, sendo 107 delas no ano velho e a última batida no ano novo.

O número 108 representa os nossos pecados durante o ano, e a cada batida no sino dizem que os pecados são perdoanos e assim está de alma limpa para seguir para o novo ano.

A contagem de pecados surgiu da seguintes forma:

Os humanos têm 6 sentidos, sendo elas: Visual, auditivo, olfato, paladar, tato e consciência.

É dividido estes 6 sentidos em 3 partes: o bom´(sentimento agradável), o plano (sem sentimento) e o mal (sentimento ruim), que por sua vez é dividido em pureza e a impureza.

E neste cálculo acrescentamos os tempos: passado, presente e futuro.

6 × 3 × 2 × 3 = 108


O toque geralmente inicia em torno das 23h, mas existem alguns teras que iniciam antes, por volta das 22h.

 

Fontes

  1. https://resources.realestate.co.jp/living/end-of-the-year-deep-cleaning-in-japan/?fbclid=IwAR2kVPA37vFw2cfrs2gNIen3UK-cPwEjJslz9nAR2xnKsrHauDnHXNlfzNc

  2. https://history-land.com/japanese-new-year/

  3. https://nazo-don.net/549.html

  4. https://a-t-g.jp/kadomatsu-http://www.worldfolksong.com/calendar/shogatsu/kagamimochi.html

  5. http://www5b.biglobe.ne.jp/~okasiya/okazarimoti.htm

  6. https://allabout.co.jp/gm/gc/434219/

  7. https://nenga.yu-bin.jp/

  8. https://shino2me.com/731.html

  9. https://resources.realestate.co.jp/living/new-year-decorations-in-japanese-homes/

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Imagino que já tenham visto algumas imagens ou vídeos sobre os onsens, aquelas águas termais que só de olhar transmite calma e paz.


Esta paixão de longa data por onsen já é cultural e não existe época para entrar em um onsen.


Questão geográfica

O Japão é um país com a maior rotas termais do mundo, fazendo com que o país seja um paraíso destas fontes, totalizando 27.000 fontes, com a vazão de 2,6 milhões de litros por minuto.

As instabilidades geológicas e climáticas do país faz com que mais destas fontes surgem ao longo dos anos.


Categorização

Os onsens são categorizadas por suas temperaturas e propriedades da água. Para ser considerado um onsen, a temperatura deverá ter no mínimo de 25ºC e ter 19 ou mais componentes químicos.

As temperaturas são divididas na seguinte forma:

  • Frio/Reikousen (冷鉱泉): Abaixo de 25ºC

  • Baixo/Tei-onsen (低温泉): de 25ºC até 33ºC

  • Médio/Onsen (温泉): de 34ºC até 42ºC

  • Alto/Kō-onsen (高温泉): acima de 42ºC

Os japoneses consideram a temperatura alta (高温泉) o ideal para o banho.

E este tipo de onsen correspondem a 47% das fontes termais existentes no país.


História

Como já informado, esta paixão vem desde outras Eras.

O Japão antigamente eram divididas em vários "países" dentro da ilha do atual Japão. Nesta divisão existia um país chamado Izumo no Kuni, que hoje fica próximo a região do Estado de Shimane na cidade de Izumo.


Em 713, foi feito um Fudoki da região. (Fudoki é uma descrição ou relato sobre a geografia e a cultura local)

Nele estava escrito sobre as várias fontes que existia no local, próximos à rios e a costa. Informava também que as pessoas; sejam eles velhos, crianças, homens ou mulheres, reuniam-se para banhar nas águas, acreditando que a fonte tinha o poder de cura e de rejuvenescimento.

Esta crença tornou o banho popular nesta época por não haver medicamentos e nem cosméticos, buscando uma fonte alternativa de tratamentos.

Também nos períodos de xogunato teve relatos de banhos "milagrosos" que passou a ser chamado de "isshūkan hito meguri". Para obter melhor os benefícios do onsen, passava uma semana próximo ao local de banho.


Fatos científicos

Porém, as crenças não é somente uma invenção da época, pois há todo uma base científica por trás da sensação de "limpeza" do corpo.

O efeito de uma fonte termal é basicamente feita através da "estimulação". Vários componentes químicos penetram no corpo humano e promovem a secreção de hormônios.

Quando você entra no banho, a pressão sanguínea sobe, a freqüência cardíaca aumenta e o nível de açúcar no sangue também aumenta.

Em seguida, para corrigir essa condição, o próprio corpo reduz a pressão arterial , a freqüência cardíaca e o nível de açúcar no sangue. Desse modo, O corpo entra em um estado estável de equilíbrio, dando a sensação de cura, alívio e limpeza. Antigamente era sentido os benefícios no corpo e era atribuído ao misticismo, hoje é explicado pela ciência. Claro, o que não muda todo o clima de paz interior neste locais.


Regras do onsen

As casas de banhos termais no país são divididos entre hospedagens, em spas ou em banhos públicos.

As hospedagens existem banhos particulares e banho em conjunto, mas normalmente está próximo à natureza.

Os Spas são lugares apenas para banhos e descanso. Poder ser ao céu aberto ou não.

Já os banhos públicos são os banhos mais baratos para que a população desfrute dos onsens. Algumas estão situadas no meio da cidade.


Todos eles têm regras para entrar no banho que devem ser seguidos.

  • Antes de entrar no banho, deve se lavar para que no momento de entrar no onsen o corpo esteja limpo;

  • Ainda antes de entrar no onsen, deve se fazer o kakeyu: jogar a água do onsen no corpo para retirar os resto das sujeiras (como a dos pés) e também para que o corpo se "acostume" com a temperatura;

  • Prender o cabelo para que não fique solto (para quem tem cabelos compridos);

  • Não deve entrar de roupa e nem com toalha. toalha deve ficar na beirada do onsen; Neste item pode ser diferente dependendo dos locais. Há locais que permite entrar com roupa de banho, por exemplo.

  • Não deve esfregar o corpo dentro da água;

  • Não deve correr em volta do onsen e nem entrar de forma abrupta. Lembre-se que deve sempre pensar nas outras pessoas que estão no local;

  • Como na regra acima, para não incomodar as pessoas que estão na água, não deve nadar dentro da água (bater as mãos e os pés);

  • Pessoas com tatuagem não devem entrar. A tatuagem é relacionado ao Yakusa (máfia japonesa) Existe locais que permitem a entrada, porém é raro.

Mas calma, para quem se assustou com a regra da vestimenta, os banhos compartilhados são divididos por gêneros.


Muito cuidado também com o tempo que fica no banho, pois o calor abaixa a pressão e pode fazer com que perca a consciência. Então ao perceber que já está ficando mais "relaxado" é bom levantar, tomar um ar fresco e tomar algum líquido.



Sobre a tatuagem, aos poucos está sendo mudada a cultura por haver muitos estrangeiros (e até japoneses) que têm tatuagens e são privados de experimentar o onsen.

A prefeitura de Oita lançou em seu site para estrangeiros, a lista de 100 onsens que permitem a entrada de pessoas com tatuagem. Tudo isso para acolher a equipe de Rugby em 2019 (Oita será a sede da copa mundial). Para quem quiser acessar o site, clique aqui.


O GajinPot Travel listou os 15 melhores onsens para se desfrutar no inverno. Para acessar o site, clique aqui.


 

Fontes:

MATSUDA, Tadanori - https://www.nippon.com/ja/views/b04702/

DISARO, Alexandre - Onsen - tudo sobre as fontes termais do Japão. 26/03/2016 - http://www.viveraviagem.com.br/onsen/

KANZAKI, Noritake - História cultural japonesa de onsen - http://www.mizu.gr.jp/kikanshi/no22/01.html

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Kabuki é um nome do teatro que mantêm o estilo tradicional japonês.

Em seu nome contêm as palavras que compõe o teatro: Ka (歌) - Música; Bu (舞) - Dança; e Ki (伎) - habilidade.

Estátua da Okuni em Kyōto

A arte surgiu no século XVII (no Período Azuchi-Momoyama, divisão da Era Edo) com uma artista japonesa chamada de Izumo no Okuni (出雲 阿国), ou somente Okuni, a mãe do Kabuki.

Inicialmente era apresentada apenas com danças e teatros leves.


Posteriormente, as "mulheres de diversão" da época decidiram copiar a sua arte para atrair clientes em casas de chás e saídas de banhos. O grupo passou a ser chamado de Onnakabuki (女歌舞伎).

Porém, o xogunato Tokugawa desaprovava por questões morais e em 1629 o grupo receberam a proibição de atuação pelo imperador.


Na sequência, surgiu o wakashu kabuki (若衆歌舞伎), um grupo de jovens travestidos de mulheres que continuaram a arte Kabuki.

Novamente por questões de moralidade, foi proibida em 1952.


Após estes fatos, surgiu o yarōkabuki (野郎歌舞伎). O grupo era formado por homens que para a representação de mulher, travestiram-se de mulher, que é chamado de onnagata (女形). A diferença do grupo anterior era que uma das condições para representar a arte era: cortar a franja, da forma que ficasse careca a parte frontal da cabeça, para mostrar que mesmo travestidos de mulher, eram homens de fato.

Na metade da Era, a popularidade do yarōkabuki já havia ultrapassado a dos fantoches (ningyōjōruri) que também fazia sucesso na mesma época.


Dentro do kabuki, existe três pilares que deram sequência aos seus estilos:


1. Sakata Tōjūrō - 坂田 藤十郎 (1647-1709): O artista expandiu a arte Wagoto que representava um homem bonito e uma arte suave. Estendeu-se na região de Kyōto- Ōsaka. Fez sucesso com o roteiro de Chikamatsu Monzaemon (近松 モンザエモン) que é considerado até hoje um dos maiores dramaturgos japoneses. Escreveu mais de 100 roteiros (principalmente para fantoches) e Tōjūrō representou em torno de 50 roteiros dele.


2. Yoshizawa Ayame - 吉沢 菖蒲 (1673-1729): Conhecido principalmente pela sua representação feminina chamada de onnagata. Diferentemente de Tōjūrō e Danjūrō que buscaram representar a masculinidade, Ayame buscou representar a mulher sem perder a masculinidade, o que era considerado muito difícil.

Há relatos que ele era bom em representar prostitutas.


Representação de Aragoto

3. Ichikawa Danjūrō - 市川 團十郎 (1660-1704): Este nome segue várias linhagens dentro do teatro Kabuki.

Ele foi o oposto de Tōjūrō, buscou representar a masculinidade bruta e a bravura, chamando-a de Aragoto. Este se expandiu na Região de Edo (atual Tóquio).

Seguiu como base a história do samurai chamado de Sakata Kintoki.

Nesta forma de teatro é muito comum ver os atores fazerem poses extremamente dramáticas e expressivas, chamadas de Mie.

Há vários itens que deixa o teatro Kabuki "único". As músicas são feitas com instrumentos tradicionais, figurinos extravagantes e coloridas, maquiagens com expressões fortes (kumadori), linguagem corporal e estilo de atuação, adereços e dispositivos no palco como alçapões e partes giratórias para que os atores possam aparecer e desaparecer.


Um aspecto central da atuação no kabuki é a exibição de gestos e formas estilizados (kata), que incluem ações de batalha estilizadas como dança (tate) e os movimentos especiais usados durante entradas (tanzen) e saídas (rappo) feitos pelo hanamichi

Kabuki: Um Vibrante e Emocionante Teatro Tradicional - site Embaixada do Japão no Brasil.


Após o fim da Era do xogunato de Tokugawa, em 1868 tentaram inserir roupas ocidentais no Kabuki, mas teve contradições com atores que continuou mantendo o tradicionalismo.


Teatro Kabukiza em Tóquio

O principal teatro físico de Kabuki chama-se Kabukiza construída em 1924 que fica em Ginza, Tóquio.

A encenação no estilo kabuki foi considerado em 2008 como Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela Unesco.

E em Agosto de 2015, o teatro Kabuki veio pela primeira vez no Brasil para a comemoração de 120 anos de amizade entre Brasil e Japão.

Tiveram apresentações em São Paulo e Rio de Janeiro


 

Fontes

https://ich.unesco.org/en/RL/kabuki-theatre-00163

http://www2.ntj.jac.go.jp/unesco/kabuki/jp/2/2_16.html

http://www.culturajaponesa.com.br/index.php/diversos/teatro/kabuki/

https://madeinjapan.com.br/2015/07/30/apresentacao-de-teatro-kabuki-no-brasil/

https://www.br.emb-japan.go.jp/cultura/kabuki.html

https://nihonsi-jiten.com/kabuki-rekishi/

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